Gestão 2025-2029: confira a entrevista com o diretor reeleito do Cefet/RJ Petrópolis, Felipe Henriques
O diretor do Cefet/RJ Petrópolis, Felipe Henriques, foi reeleito no início de outubro para um novo ciclo de gestão (2025-2029), na qual atuará novamente com Jurair Rosa (gerente acadêmico) e Michele Gonzales (gerente administrativa). Felipe concedeu uma entrevista na qual fala sobre sua trajetória, os desafios e conquistas da gestão anterior (2021-2025) e das metas para os próximos quatro anos. O diretor toma posse no próximo dia 3 de novembro, a partir das 14h, ao lado dos demais servidores eleitos para direção de unidades do Cefet/RJ. A solenidade de posse será realizada na Uned Maracanã e a cerimônia também será transmitida ao vivo por este link. Confira a seguir a entrevista:

Felipe, fale um pouco sobre sua trajetória acadêmica e profissional até assumir a direção do Cefet/RJ Petrópolis em 2021.
Felipe: Eu fiz curso técnico em Processamento de Dados na escola, que é hoje o curso de informática. Na graduação, eu fiz Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações na Uerj. Depois, eu fiz mestrado em Engenharia Eletrônica também na Uerj e doutorado em Engenharia Elétrica na UFRJ.
Quando eu fazia o mestrado e trabalhava como engenheiro – antes do concurso para o Cefet/RJ e antes mesmo de existir a unidade de Petrópolis —, surgiu a oportunidade de dar aula como professor substituto na Uerj.
No primeiro semestre de 2008, eu dei aula como substituto no curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações, em uma disciplina do sétimo período. Eu curti muito dar aula. Na época, eu fazia pesquisa e já tinha decidido seguir na carreira acadêmica — fazer doutorado e ser professor.
Logo depois, saiu o edital do concurso do Cefet/RJ e eu fiz. Tive a graça de passar no concurso para cá, quando inaugurou a unidade Petrópolis, em 2008. Então, estou aqui desde o início da unidade.
Eu dava aula inicialmente no curso técnico em Telecomunicações, que ainda não tinha o ensino médio. Participei de muitas coisas bacanas aqui, como a criação do curso de Engenharia de Computação e a transformação do curso técnico em curso técnico integrado ao ensino médio.
Tive a oportunidade de ser coordenador do curso técnico durante sete anos seguidos, pegando uma parte ainda do curso técnico e uma outra parte depois, quando se transformou em médio integrado. Então, eu pude participar da gestão, como coordenador de curso, por bastante tempo.
Em 2021, eu consegui concorrer à direção — já era uma ideia de algum tempo, mas antes eu estava fazendo doutorado. Quando houve as eleições, eu concorri e tive a graça de ganhar. Enfim, tive a felicidade de agora ser gestor aqui da unidade.

Michele Gonzales, Felipe Henriques e Jurair Rosa
Ao olhar para trás, o que mais mudou na unidade Petrópolis desde que você, Jurair Rosa (gerente acadêmico) e Michele Gonzales (gerente administrativa) assumiram a gestão?
Felipe: Uma coisa importante que eu vejo da nossa gestão — e talvez tenha um pouco a ver com algumas características minhas — é que a gente conseguiu se consolidar mais na cidade. Criamos mais conexões com as demais instituições e com a própria Prefeitura Municipal de Petrópolis.
Conseguimos trazer para cá eventos importantes nos últimos anos. Então, uma coisa que mudou, ou as coisas já estavam convergindo para isso ou se consolidaram dessa maneira, é essa presença institucional. Hoje, o Cefet/RJ Petrópolis se posiciona muito bem na cidade, junto das demais instituições de ensino e pesquisa, e eu considero isso um ponto muito relevante.
Além disso, estamos com as portas mais abertas para a comunidade. Temos mais eventos aqui e muitos grupos e instituições nos procuram para usar o nosso Salão Nobre. Recentemente, por exemplo, uma escola veio aqui realizar um júri simulado.
Acho que essa característica traz mais visibilidade para a instituição na cidade. Então, eu vejo que isso é algo que se destaca hoje: estamos mais presentes, participando mais ativamente das questões da cidade e de portas mais abertas.
Quais foram, na sua avaliação, os principais desafios e as principais conquistas da gestão 2021–2025?
Felipe: Sem dúvida, o principal desafio foram as enchentes de 2022. Pouquíssimo tempo depois de assumirmos a gestão — no final de outubro de 2021 —, em fevereiro, tivemos as enchentes, com muitas perdas. Sem dúvida, esse foi o principal desafio: lidar com uma situação caótica, com diversas perdas, sem infraestrutura, sem energia elétrica e sem saber se a gente iria precisar usar salas emprestadas em outros locais.
Chegamos a alinhar o uso de salas em outras instituições e até cogitamos a necessidade de um gerador, caso a energia não fosse restabelecida. Então, o desafio maior foi conseguir reconstruir a unidade.
E quando aconteceram as enchentes, o Cefet/RJ Petrópolis ainda estava com atividades on-line devido à pandemia, certo?
A gente estava na transição, saindo do on-line para entrar no presencial. Então, quando a enchente pegou a gente, ainda estávamos no ensino remoto, o que foi positivo, porque não havia alunos aqui. Eu, o Diego Haddad (gerente acadêmico na época) e a Michele estávamos na unidade, mas os estudantes não.
A gente venceu a barreira inicial, porque a gente estava sem subestação de energia elétrica. Mesmo assim, a gente conseguiu retomar as aulas presenciais exatamente no mesmo período que as outras unidades do Cefet/RJ, mesmo com todas as restrições e limitações de energia elétrica.
Outro grande desafio foi gerenciar a busca de recursos. Contamos muito com o apoio da direção-geral do Cefet/RJ, junto à Setec, no MEC, que nos ajudou com uma verba emergencial, além do apoio de uma emenda parlamentar que está sendo usada na obra da biblioteca.
Não foi apenas a busca por recursos: executar esse novo recurso no orçamento foi um enorme desafio, porque envolveu muitos processos de compras. A equipe administrativa trabalhou intensamente.
Destacando um ponto muito positivo nessa histórica foi ver a comunidade unida — alunos, servidores, terceirizados e amigos — em mutirão, ajudando a limpar o Cefet/RJ e a retirar a lama. Toda a cidade sofreu muitas perdas, mas essa união foi bonita de se ver.
Então, a reconstrução da unidade, sem dúvida, foi a principal questão desafiadora.

Mutirão com servidores, alunos e terceirizados após a enchente de fevereiro de 2022
E as conquistas, além de todas as conquistas relacionadas à reconstrução da subestação, à reestruturação da biblioteca...?
Pois é, isso é uma conquista importante: conseguir reconstruir a unidade.
Muita coisa que eu vejo também é na consolidação dos cursos e na formalização de acordos de cooperação técnica com instituições da cidade, que têm gerado frutos em projetos de pesquisa e extensão.
Destacar também que a gente conseguiu firmar dois acordos de duplo diploma com o Instituto Politécnico do Portalegre (IPP), em Portugal. Hoje, nossos cursos de Engenharia de Computação e Turismo oferecem essa possibilidade: os alunos podem concluir o curso em Portugal e, concluindo lá todas as etapas, obter tanto o bacharelado pelo Cefet/RJ quanto o diploma de mestrado pelo Instituto Politécnico.
Esse é um marco importante e uma grande conquista da gestão — trazer novas oportunidades para os alunos.
Acredito também que alguns reconhecimentos que temos recebido reforçam a visibilidade que estamos conquistando na cidade.
Para o novo ciclo (2025-2029), quais são as principais metas da gestão?
Felipe: A gente tem uma meta importante que é o restauro da nossa fachada. E vem com isso um desafio importante, porque dependemos de recursos. Depois que conseguimos estabilizar muita coisa da reconstrução pós-enchentes — como a subestação, o mobiliário, os computadores, o carro oficial e a obra da biblioteca —, retomamos o projeto de restauro da fachada. Essa é uma meta importante e temos corrido muito atrás para conseguir recursos para viabilizá-la.
Outra meta fundamental é concluir a obra da biblioteca. Tivemos uma reunião recente com a empresa responsável, definimos um cronograma e a ideia é que, nos próximos meses, a obra seja finalizada. Essas duas questões são prioridades.
Além disso, temos alguns projetos, como o novo curso técnico integrado em Produção Cultural. Ainda precisamos formalizá-lo junto aos conselhos do Cefet/RJ, mas é um projeto que está caminhando. A gente pretende abrir um novo curso de ensino médio integrado.
E nessa questão de expansão dos cursos, a gente tem a possibilidade de trazer programas de pós-graduação stricto sensu para a unidade. Hoje, o Cefet/RJ Petrópolis já conta com um curso de pós-graduação lato sensu e temos vários professores daqui que participam dos programas de mestrado e doutorado da unidade Maracanã.
Recentemente, a Capes publicou uma portaria que permite a migração de cursos de pós-graduação stricto sensu para o formato multicampi. Essa é uma possibilidade bacana de a gente trazer, de imediato, dois programas de mestrado e doutorado aqui na unidade para que os nossos alunos, que concluem os cursos aqui, possam fazer o mestrado no próprio Cefet/RJ Petrópolis. Assim, também atenderíamos outros alunos da região. Seria ótimo para os docentes locais, que não precisariam se deslocar até o Maracanã — como é o meu caso —, e aumentaria o interesse de professores e alunos em participar dos programas de pós-graduação do Cefet/RJ.
Essa expansão acadêmica — tanto com o novo curso técnico integrado quanto com a implantação da pós-graduação stricto sensu — é algo muito importante que está no radar desta gestão.
Quais seriam os cursos de pós-graduação stricto sensu com possibilidade de vir para o Cefet/RJ Petrópolis?
Felipe: A Capes exige um mínimo de quatro docentes da unidade vinculados ao programa para que ele se torne multicampi. Hoje, temos essa condição em dois programas de pós-graduação: o PPGIO, Programa de Pós-Graduação em Instrumentação e Óptica Aplicada, que é um programa de doutorado. A gente tem quatro professores de Petrópolis que dão aula nele. E o outro é PPCTE, Programa de Pós-Graduação em Ciência, Educação e Tecnologia, em que temos quatro professores das licenciaturas atuando.
Além desses, há outros dois programas — o de Computação e o de Engenharia Elétrica —, em que já temos dois professores de Petrópolis em cada. Se conseguirmos ampliar o número de docentes credenciados, poderíamos trazer até quatro programas de pós-graduação para o Cefet/RJ Petrópolis, com possibilidade de aulas híbridas.
A ideia é justamente essa: reduzir deslocamentos, oferecer aulas presenciais e híbridas, e abrir um novo campo de formação na pós-graduação, seja nas áreas de Educação, Ciência e Tecnologia, seja nas Engenharias ou na Computação, aqui para a cidade de Petrópolis.

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